Ela sempre conviveu muito bem com as coisas pequenas. Cresceu em uma cidade pequena, estudou em uma escola pequena, se formou em uma faculdade pequena. Sua irmã e seus pais sempre foram pequenos, seus avós e bisavós também.
Já calçava 33 quando conseguiu emprego em uma pequena empresa. O salário era pequeno, mas com ele financiou um carro pequeno para trabalhar e um apartamento quase do mesmo tamanho para morar. O dinheiro e o saldo na conta bancária diminuíram; os compromissos, não.
Namorou por mais de dois anos alguém que carinhosamente lhe chamava de “pequena”, até que um dia cansou de sua pequenez e da de todos que a cercavam. Tornou-se grande, inteira, sem nunca abrir mão dos sentimentos que carregava. Apesar de tudo, tinha um coração enorme, daqueles que não cabem no peito.
29/abril-2013