quinta-feira, 18 de maio de 2017

feliz 1984!

O Partido dominava a mídia pelo trabalho ininterrupto do Ministério da Verdade. O enredo da História era reescrito sistematicamente pelos camaradas, incumbidos do controle da informação e de alterações nas verdades dos fatos. A ordem refletida na teletela (e internalizada pela novafala) era criar a ilusão de um poder absoluto.

Até quando, numa noite de maio, padecera o Grande Irmão - e a olho nu. O futuro, enfim, era dos proletas! 

sábado, 13 de maio de 2017

vida nua



Nu II, de José Cardoso



Pelas lentes fotográficas do sentido, ela, a vida, estava nua. Era dele agora a liberdade.

12-mai/17





Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade.

(Freud, 1915/1916)