segunda-feira, 2 de março de 2015

a festa da insignificância

Encontrar uma resposta sobre os motivos que levaram o umbigo a se tornar um símbolo erótico ou expressão da sexualidade humana. Isso, exatamente isso! Se me perguntassem o que vejo por detrás do enredo proposto por Kundera, que intitula esse post, certamente assim eu responderia.

Claro que se trata de uma metáfora sobre a individualidade humana. Por quê algo tão insignificante como o umbigo, presente em todos os corpos, nos torna tão únicos e ao mesmo tempo tão semelhantes? Talvez a explicação resida no fato de que o umbigo remete ao feto, à repetição, ao ciclo da vida que se alimenta da morte. Insignificância, então, é aquilo presente em tudo e em todos. É a essência da existência. 

Em contraponto ao que é natural (ou deveria ser), o autor denuncia uma hipocrisia social vã, marcada pela elevação da tristeza, vontade de poder e necessidade de compaixão. Na festa da insignificância - ou da vida -, há uma inversão de valores e o que realmente importa é deixado de lado. O umbigo, que anatomicamente é o ponto de equilíbrio do corpo, também passa a ser a chave que explica a maneira pela qual nos relacionamos com o mundo. 

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Passou na tevê o caso de um adolescente que se utilizou da compaixão de internautas para arrecadar fundos e conseguir bancar o tratamento de uma suposta grave doença que o havia acometido. O diagnóstico foi desmentido depois que uma médica viu seu nome em um falso laudo. O adolescente precisou explicar em rede nacional o motivo que o levou a agir desta forma. 

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Recentemente o neurologista e escritor Oliver Sacks publicou uma carta em que anuncia ter pouco tempo de vida por conta de uma doença terminal. Para muitos, trata-se de uma despedida de um dos mais renomados escritores que, no rigor da literatura cientifica, jamais deixou de encarar a vida com naturalidade e leveza.


01/mar-2015

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