Apaixonei-me por ela logo no primeiro dia de aula, quando me olhou dos pés a cabeça ao dizer ‘bom dia’. Tomei aquilo como um convite para abusar de seu conhecimento durante seis meses seguidos, até nos perdermos de vista e eu desapaixonar. Como a vida nos prega peças, nos reencontramos 4 anos depois. “Os anos lhe fizeram bem”, brinquei; ela apenas riu.
Apaixonei-me por ela logo na primeira consulta, quando empunhou sua agulha na mão esquerda e disse ‘fique tranquilo’. Tomei aquilo como um convite a meu masoquismo psicológico. Minha paixão durou quase uma hora, até que busquei forças para levantar. Como a vida nos prega peças, nos reencontramos na semana seguinte. “Prontinho”, ela disse; eu apenas ri.
Apaixonei-me por ela na segunda vez que a vi, quando do alto de sua ousadia desejou-me ‘feliz ano novo’. Tomei aquilo como um convite ao perder-se. Andamos pela cidade, passeamos pelo parque, flertamos, cantamos e brigamos até anoitecer. Como o dia parecia curto, optamos por nos encontrar durante os meses seguintes, eu e ela, ela e eu, juntos e sem pudor. Assim foi e assim vai, até a vida nos pregar outra peça.
09/abril-2013
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