quarta-feira, 18 de novembro de 2015

entre linhas e aspas

Entre mortos e feridos, no centro desta oficina reprodutora de loucuras que um dia alguém chamou de mundo, encontramo-nos novamente divididos entre a cruz e a espada, em meio aos gritos, em meio aos gemidos, com a certeza de que, a cada passo dado rumo ao futuro, saberemos menos ainda sobre nós.

Entre a cor da lama e o cheiro do sangue, entre o que foi escrito e o que não foi dito, ou que não foi impresso, estamos nós, carregando no colo nossos probleminhas pessoais diários (que não encartam páginas dos jornais, nem ocupam os horários nobres da televisão). Pequenos grandes problemas, mínimos, diga-se, que nos colocam entre o que é real e o que nos parece ser, entre a palavra sentida e o olhar respondido, entre o custo da polêmica e o benefício da ignorância.

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Mas solucionar os insignificantes probleminhas do dia-a-dia também requer que lancemos mão da energia mental que concentramos. E foi pensando nisso que um jovem ianque passou a usar um único traje, dia após dia, em todas suas atividades diárias – sem modificá-lo pelo grau de importância de cada uma (ir ao mercado, correr no parque ou ser entrevistado pela maior rede televisiva estadunidense). Segundo ele, tomar decisões frívolas impedia que sua energia fosse canalizada para aquilo que realmente importava. 

O jovem ianque precisou fazer uma necessária distinção entre o que é essencial (aquilo que não podemos deixar de ter) e o que é fundamental (aquilo que nos ajuda a alcançar o essencial). Ao menos para ele, tomar tal decisão (fundamental), por mais simples que pareça, contribuiu em muito para que encontrasse sentido naquilo que fazia (essencial). 

E antes que me perguntem: sim, estamos falando de Mark Zuckerberg, o fundador do facebook. 


18/novembro-2015