domingo, 21 de julho de 2013

um limão, meio limão

A vida nunca me deu limões. Com exceção dos poucos que consegui junto ao vizinho do lado, pelos outros tive que pagar um preço bastante alto que, quando não salgado demais pra se carregar no bolso, era muito pesado pra levar na sacola.

Quando menos esperamos, somos gentilmente convidados a comprar nossos limões. Eles estão escondidos em algum lugar que não conhecemos, com preços, pesos e gostos particulares a cada um de nós, e encontra-los, por mais doloroso que nos pareça, permite-nos curar nossas gripes e temperar nossas saladas (mesmo que suas cascas encham de lágrimas nossos olhos). 

Inevitavelmente, é no azedume dos limões que percebemos e medimos quando e o quanto estamos vivos. Que tal colocarmos um pouco de açúcar nesta limonada? 

21/julho-2013

sexta-feira, 12 de julho de 2013

sem perder a ternura

1. Escritor, ideólogo e jornalista. Mas antes ser o que foi, percorreu esta América Latina de meu Deus para atender àqueles que carregavam consigo as mais profundas marcas de sofrimento: bio-psico-sociais e, não menos importante, políticas. Faltou dizer, somente, que ele também foi médico e que, hoje, é o mesmo cara que estampa as camisetas nas ruas (principalmente da juventude da classe-média politizada que exige seus direitos a todo custo e entende que uma profissão só pode ser exercida com qualidade se a recepção tiver balcão de mármore e aquário borbulhante de peixes coloridos).

2. É preciso endurecer, claro, mas sem perder a ternura.

3. Pena que para um bom entendedor, infelizmente, meia palavra é de bosta nenhuma.

12/julho-2013