Os argentinos aparentam ser mais naturais no trato com os alimentos. Em outras palavras, não há muito cuidado com a higiene e isto se intensifica quando a refeição em questão acontece no meio de um passeio, na rua. O choripan (do espanhol chorizo e pan) é um dos mais tradicionais lanches servidos nas barracas que se assemelham às nossas brasileiras de cachorros-quentes e consiste, basicamente, em um pão acompanhado de linguiça e molho (chumichurri). Somado a isso, vale destacar que o arroz comumente é substituído por papas fritas (batatas-fritas) e a parrillada é o famoso churrasco argentino, porém com algumas iguarias que não são servidas no Brasil: chorizo (linguiça), morcilla (linguiça de sangue), frango, vacío ou tira de asado (costela) e várias achuras (riñones - rins, chinchulines - intestino e coisas similares). Entretanto, podes optar pelo bife de chorizo (corte nobre, retirado do miolo do contrafilé) que também é bastante popular na Argentina e visualmente bem menos agressivo e mais saboroso do que a parrillada!
O deslocamento (transporte) na cidade é bastante tranquilo. Nos famigerados quioscos é possível adquirir um cartão transporte pelo preço de 15 pesos e que pode ser utilizado tanto para andar de ônibus, quanto para tomar o metrô. Para quem não está acostumado, é curioso adentrar ao ônibus e informar seu destino. Isso porque é o motorista responsável por fazer o preço do translado. Ou seja: se você vai perto, paga menos. Se você longe, paga mais (essa regra não vale para o metrô, que tem preço único). Detalhe: não é possível pagar as passagens (ônibus e metrô) em espécie - somente via cartão, que pode ser recarregado nos próprios quioscos ou nas estações do subte (metrô) e que funcionam com saldo de até 7 pesos negativos. Além disso, levando em consideração as distâncias percorridas, dá pra afirmar que o transporte é barato e a quantidade de táxis nas ruas influencia para que os preços das corridas também sejam baixos (realidade bastante diferente de Curitiba, por exemplo).
Outro fato curioso é o número relativamente pequeno de hipermercados em Buenos Aires. As compras geralmente se dão nos chinos (pequenos mercados regidos por chineses) e que estão espalhados pela cidade. Os preços se equiparam aos praticados no Brasil, mas é comum encontrar pessoas nas ruas e parques com bebidas de litro, cada qual com a sua, sem pudor. Isso porque em relação às cervejas, por exemplo, financeiramente compensa comprar a embalagem de 1 litro em detrimento da lata de 350 ml, porque ambas possuem preços semelhantes.
Entre outras coisas, outras tantas coisas, vale ressaltar a ostentação da arquitetura da cidade que se mantém desde o século passado (mesmo com todas as dificuldades financeiras para bancá-la). Paisagem incomum de se ver que torna a cidade muito mais atrativa do que aparenta ser. Buenos Aires, eu diria, é pra voltar!
24/abr-2014