Imagem daqui
O curioso é que suas mais renomadas obras (e nesse caso as renomadas são as melhores) tratam exatamente do amor, da morte e da solidão - assuntos que não seriam abordados com tanta propriedade se a sabedoria não lhe servisse mais, como sugere sua "queixa" inicial. Inerentes à condição humana, são explorados naturalmente do ponto de vista de quem os vivenciou e, portanto, de alguém com autoridade para fazê-lo (mesmo que pela boca de seus personagens). El Gabo aborda dilemas existenciais que hora ou outra se farão presentes em nosso pensamento e talvez por isso nos toquem com tamanha intensidade.
♠ ♥ ♣ ♦
Quando a engrenagem da vida ganha força, o melhor a se fazer é tirar o pé do acelerador. Ouvir outras e novas canções, ficar sem conexão com a internet por uns dias, retomar a leitura daquele livro que ficou pela metade, cultivar uma planta, andar de bicicleta, mudar o trajeto até em casa, ensimesmar-se. Até hoje os cientistas se rendem a descoberta de que o homem, para encontrar sentido naquilo que é ou deixa de ser, precisa buscar constantemente uma autorreflexão.
Para nós reles mortais, que ainda não desenvolvemos a capacidade de trabalhar nossas angústias na escrita, por mais que tentemos e tentemos fazê-lo, pode ser que o recolhimento em si seja o primeiro passo para que alcancemos a sabedoria sem que futuramente impere a sensação de que, se soubéssemos isso antes, teríamos feito diferente. Porque como nos alerta o velho deitado, tarde demais é sempre tarde demais.
20/maio-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário